A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) teve R$ 16.069.314,98 congelados após o mais recente bloqueio de verbas na educação superior. A informação foi confirmada nesta terça-feira (30) e a universidade disse que apesar de existir uma previsão de devolução do valor, os Ministérios gerenciadores poderão manter o estorno realizado, gerando impacto principalmente nas despesas de investimentos ainda em licitação.
Uma das licitações que podem ser prejudicadas visa a contratação de obra da Linha de Distribuição e Subestação 69kV, que sem tais recursos não podem ser consolidada. O projeto é de extrema importância já que permitirá o fim da instabilidade da rede elétrica, que enfrenta apagões frequentes, conforme a UFPB. Além disso, sem esta subestação, a expansão de edificações futuras será inviabilizada .
Apesar da situação, a instituição garantiu que materiais e os serviços contratados seguem o cronograma estabelecido.
Na terça-feira (30), o reitor da UFPB, Valdiney Gouveia, chamou os bloqueios de “contingenciamento” e disse que não haverá impacto em despesas prioritárias como pagamento de salários, bolsas, auxílios estudantis e salários de terceirizados.
No total, o Ministério da Educação (MEC) bloqueou R$ 244 milhões do orçamento das universidades federais, na noite da segunda-feira (28). O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) classifica que esse bloqueio de verbas será, na prática, um corte de recursos.
Outras instituições de ensino superior público na Paraíba também tiveram altos valores bloqueados. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) disse que foi surpreendida com a notícia. Segundo a instituição, um estorno na ordem de R$ R$ 1.984.722,09 foi identificado.
Já o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) afirmou que R$ 4.488,090,41 foi bloqueado e deve afetar a instituição gravemente.
Falta de transparência sobre orçamento
Apesar das afirmações do reitor, o presidente da Associação dos Docentes da UFPB (ADUFPB), Cristiano Bonneau, disse ao g1 que os bloqueios de orçamento têm afetado bastante a universidade.
“Nossa realidade dentro da UFPB consiste na queda exponencial de todo tipo de serviços e atividades necessários para o andamento da instituição e a implementação de projetos de fomento à pesquisa, à extensão e ao ensino”, afirma.
Em outubro, um outro montante tinha sido bloqueado das universidades e institutos federais da Paraíba. Entretanto, na ocasião, a UFPB não especificou valores.
Segundo Cristiano, na atual gestão da universidade não existe transparência quanto ao orçamento, apesar da ADUFPB já ter solicitado várias vezes audiências com a reitoria para discutir os cortes.
“Sentimos os cortes no cotidiano, com a falta de apoio aos projetos e eventos docentes, diminuição dos serviços de limpeza e segurança, nenhuma política de investimentos ou melhoria da UFPB , e negligência do ensino e seus resultados in e pós pandemia”, pontuou Cristiano.
Com G1/PB