
Foi encontrado o corpo do homem soterrado por uma barreira em Águas Compridas, em Olinda, após as fortes chuvas que caíram no Grande Recife, na manhã desta segunda-feira (6). O acidente aconteceu por volta das 7h40 e, às 11h, o Corpo de Bombeiros encontrou a vítima morta. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
A vítima foi identificada por moradores como Israel Campelo dos Santos, de 19 anos. Ele trabalhava como motoboy, entregando água e açaí. Esta foi a primeira morte do ano em decorrência das chuvas, em Pernambuco. Em 2021, 134 morreram nas chuvas de maio.
O deslizamento aconteceu após o temporal que caiu desde a madrugada. A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu alerta de chuvas fortes.
A mãe do jovem, Judite Soares dos Santos, precisou ser socorrida ao saber da morte do filho. Ela foi uma das cinco pessoas feridas, com uma pancada na cabeça, mas só aceitou receber atendimento médico depois de ver o corpo do jovem.

“Eu estava do lado de fora e a barreira veio de repente. Meu genro, meu neto, todo mundo estava dentro de casa. A grade da casa caiu na minha cabeça. Meu filho estava dormindo, eu ainda chamei ele, tentando tirar ele de lá”, afirmou.
Além da pessoa morta, mais cinco pessoas ficaram feridas, de acordo com a Defesa Civil de Olinda. Duas mulheres, um homem, um adolescente e um menino de 4 anos foram socorridos:
– Judite Soares dos Santos, 51 anos: ferida na cabeça, levada à Policlínica Amaury Coutinho, no Recife;
– Bianca da Silva, 26 anos: estável, encaminhada à UPA de Nova Descoberta, no Recife;
– Eliomar Veríssimo, 38 anos: com fraturas, levado ao Hospital da Restauração, no Recife;
– Criança de 4 anos: com escoriações nas pernas, encaminhada à UPA de Nova Descoberta;
– Criança de 12 anos: estável, sem informações sobre hospital.
O secretário-executivo de Defesa Civil de Olinda, Irapoan Muniz, afirmou que a casa que desabou e matou Israel dos santos, de 19 anos, já tinha sido interditada por causa de risco de deslizamento de barreira.
Segundo ele, a família morava no local depois de ter alugado a moradia, mesmo depois da interdição. “Infelizmente, as pessoas saem e voltam para as casas. É lamentável que isso aconteça”, disse.
Questionado sobre se existe monitoramento das áreas de risco para evitar esse problema, Muniz alegou que os locais perigosos são fiscalizados.
“Catalogamos as pessoas que receberam auxílio moradia para sair dessas casas e as que alugaram”, afirmou, em entrevista à TV Globo.
O secretário-executivo afirmou também que o local onde aconteceu o deslizamento será alvo de ação da prefeitura. “Já licitamos e até o fim de março, vamos colocar a proteção de geomanta”, disse.
Fonte: G1