No dia 16 de fevereiro de 2023, há um mês, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagravam a Operação Halving, que tinha como alvo a Braiscompany, empresa com operação em criptomoedas com sede em Campina Grande.
Foram cumpridos mandados em escritórios da empresa na Paraíba e São Paulo. Apreensões de computadores, celulares, carros e objetos também foram realizadas. Porém, o principal, os dois mandados de prisão contra os proprietários da empresa, Antônio Neto e Fabrícia Ais (foto), seguem em aberto.
A grande pergunta desde o último dia 16 de fevereiro, especialmente para os investidores da empresa, é: “Onde estão Antônio Neto e Fabrícia?”. Antes muito ativos nas redes sociais e junto ao corpo de coladores, muitos completamente seduzidos e enganados pelo discurso de inovação financeira de Neto, Antônio e Fabrícia simplesmente sumiram.
Inicialmente a conta de Neto no Instagram apontava para a Argentina. Já Fabrícia supostamente estaria no Brasil. Depois a localização da conta dele parou de poder ser acessada. A sigilosa investigação da Polícia Federal não dá sequer uma pista do paradeiro da dupla, que deixou um rombo milionário para centenas de investidores em Campina Grande e no Brasil. Desde empresários do mais alto escalão até pessoas humildes com aspirações de uma renda extra foram enganados e apesar de silenciosos, convivem com a perda do que para todos representa uma expressiva fatia da própria renda.
Chuva de ações na justiça
Depois da deflagração da operação, uma verdadeira chuva de ações judiciais foi movida contra a empresa. Segundo levantamento recente do jornalista Lenildo Ferreira, já são mais de mil ações na justiça movidas por pessoas que querem ter de volta o dinheiro investido na empresa, do qual era paga uma porcentagem mensal (como um aluguel) que variava de 5% até 10%.
Um mês depois da operação, o futuro do caso Braiscompany ainda é uma incógnita, desde o paradeiro do casal Ais, que aplicou um dos maiores golpes da história de Campina Grande e sumiu, até o desfecho judicial das ações movidas por antigos clientes e agora inimigos mortais da “Brais”.
Relembre
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã de hoje, 16/02, a Operação HALVING, com o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, em tese cometidos por sócios de empresa especializada em criptoativos.
Nos últimos 4 anos foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente 1,5 bilhão de reais em criptoativos, em contas vinculadas aos suspeitos
Foram cumpridos 8 mandados de busca e apreensão nos municípios de João Pessoa/PB, Campina Grande/PB e São Paulo/SP.
Os crimes investigados são os previstos nos arts. 7º e 16 da Lei nº 7492/86, cujas penas somadas passam dos 12 anos de reclusão e multa.
O nome da operação é uma alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada 4 anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado.
Fonte: Blog do Paulo Pessoa