O Hospital de Clínicas de Campina Grande iniciou um tratamento incomum no Sistema Único de Saúde (SUS) do estado, através do uso de toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox. A substância, geralmente associada aos procedimentos estéticos, tem sido utilizada na unidade para reabilitação de pacientes com sequelas neurológicas.
Entre outras aplicações, a toxina botulínica é destinada para o tratamento da espasticidade (rigidez muscular excessiva) em pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismos cranianos, paralisia cerebral, esclerose múltipla, e ainda para os distúrbios de movimento (contrações musculares involuntárias), como distonias, espasmo hemifacial e na sialorreia (salivação excessiva).
De acordo com o neurologista Brunno de Farias, o tratamento consiste na aplicação da substância no músculo ou glândula afetada e já se pode observar resposta terapêutica nos primeiros dias após a injeção. “A toxina botulínica bloqueia a junção neuromuscular e impede a contração muscular excessiva, proporcionando um relaxamento de músculos rígidos, diminuindo contrações musculares involuntárias”, explica.
No HC, os pacientes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar e, a depender da necessidade, submetidos a novas aplicações em três ou quatro meses. Os atendimentos ocorrem todas as sextas-feiras no turno da tarde. Para ter acesso ao tratamento, o usuário precisa ser encaminhado através da Secretaria de Saúde de seu município, onde terá o cadastro realizado junto à Central de Regulação Estadual.
“O Hospital de Clínicas teve a iniciativa da criação desse ambulatório de neurologia, com a aplicação da toxina botulínica, após a identificação, por parte da nossa equipe, tanto no ambulatório de fisioterapia quanto no ambulatório do pé torto congênito, de pacientes que poderiam se beneficiar com a aplicação dessa toxina. Então, o HC passou a oferecer a aplicação onde o paciente passa pela consulta com neurologista, tem a indicação, sai com um laudo solicitando a toxina botulínica, procura o Cedmex para aquisição dessa toxina, e após isso, ele retorna para a realização da aplicação e acompanhamento junto com a equipe multidisciplinar, objetivando uma melhor qualidade de vida desse paciente”, detalha o diretor-geral do hospital, Thyago Morais.
Fonte: Secom/PB