Quando o operador de esteira Arisson Moreira Júnior, de 34 anos, cumpriu com sua obrigação profissional e barrou duas bagagens suspeitas, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, ele assinou sua sentença de morte.

Dentro das malas, entregues pelo aeroportuário à Polícia Federal (PF), em 9 de janeiro de 2020, havia 60 quilos de cocaína, que seriam remetidos para a Europa. Lá, poderiam render até R$ 30 milhões ao Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pelo esquema de tráfico de drogas.

A facção chega a pagar o equivalente a um ano de salário por bagagem para funcionários que contribuem com os despachos ilegais.

O operador trabalhava na esteira de embarque do Terminal 2, de voos nacionais (domésticos), quando avistou duas malas com destino a Porto Alegre (RS), mas com etiquetas de um voo internacional, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Quando ele retirou as bagagens da esteira, Márcio Roberto Pires, de 56 anos, aproximou-se, afirmando que levaria as duas malas para a conexão internacional. Arisson não permitiu, apontando o fato de Márcio não estar na escala de trabalho naquele dia.

Dois dias depois da apreensão da droga, Arisson foi ameaçado pelo funcionário de 56 anos, que afirmou ter relatado a apreensão ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 13 de janeiro, quando voltava para a casa, Arisson foi interceptado por criminosos e fuzilado. Ele morreu no local.

O funcionário que se envolveu na discussão com Arisson foi preso pelo Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP) de Guarulhos ainda em 2020, e condenado no ano passado a 33 anos, 2 meses e 12 dias de prisão, em regime fechado. Os homens que executaram Arisson ainda não foram identificados.

De acordo com relatório do MPSP, Márcio é “membro de associação criminosa” e, na divisão de tarefas, “ficou incumbido de retirar da esteira a bagagem contendo a droga”.

Para tentar convencer a vítima a lhe entregar as bagagens, Márcio mostrou fotografias, em um celular, das malas separadas por Arisson. As fotos, segundo investigações da PF, são enviadas por comparsas que despacham ilegalmente as bagagens no balcão de check-in, para que elas sejam identificadas na área restrita do aeroporto.

Fonte: Metrópoles

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