Uma mulher de 27 anos foi presa em flagrante em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, por suspeita de ter vendido o próprio filho recém-nascido.
O caso foi descoberto pelo Conselho Tutelar de Prazeres da Regional 5, após a denúncia de vizinhos.
Os conselheiros tutelares Gilmar Benevides e José Fernando Santos afirmaram que a mãe da criança a vendeu por R$ 7 mil, logo após o nascimento.
Ainda de acordo com eles, os moradores da região disseram que ela também vendeu outros dois filhos.
“O pessoal desconfiou quando ela chegou em um carro de luxo e o bebê não desceu, entenderam que poderia ser mais uma venda”, disse José Fernando.
Após as denúncias, na sexta (2), os agentes do Conselho Tutelar foram até a casa da mulher, mas a madrasta dela disse que a criança estava com a mãe no Hospital Memorial Guararapes, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes. Ao chegarem no hospital, eles foram informados de que o bebê recebeu alta às 8h do mesmo dia.
“No caminho de volta para a casa, a madrasta ligou, confessou que passou a informação falsa e disse que sabia onde estava a criança”, contou o conselheiro.
O menino foi encontrado na casa de uma mulher de 45 anos, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Os conselheiros também disseram que o que chamou a atenção foi que a declaração de nascido vivo da criança foi emitida pelo hospital sem o nome da mãe e do pai.
A falta desses nomes no documento levantou a suspeita da participação de algum funcionário do hospital e uma denúncia foi feita à polícia;
Ao serem questionadas pelo Conselho e pela polícia, as duas mulheres entraram em contradição.
“Quando chegamos lá [na casa da possível compradora], o quarto já estava preparado, todo azul. Primeiro, ela falou que era amiga da genitora; depois, disse que a genitora teve um caso com o marido dela”, lembrou o conselheiro Gilmar Benevides.
As duas mulheres foram detidas, mas pagaram a fiança e foram liberadas. Elas vão responder em liberdade.
A criança foi levada para um acolhimento institucional e vai ser acompanhada pela Vara da Infância e Juventude de Jaboatão e pelo Ministério Público de Pernambuco.
Segundo a polícia, é crime “prometer ou efetivar a entrega de filho a terceiro, mediante pagamento ou recompensa”. A pena é de um a quatro anos de prisão e multa.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Jaboatão (DPCA). Várias pessoas já foram ouvidas, inclusive o marido da suspeita de dar dinheiro para a mãe do bebê.
Fonte: G1 PE