A tempestade Daniel, que devastou a região do Mediterrâneo na semana passada, atingiu a Líbia, onde mais de 2.500 pessoas morreram em uma enchente. Além disso, 15 pessoas morreram na Grécia.
À medida que a tempestade avançava ao longo da costa norte da África, autoridades egípcias procuraram acalmar os seus cidadãos, dizendo que Daniel tinha perdido força.
O aquecimento global significa que a região poderá ter de se preparar no futuro para tempestades cada vez mais poderosas deste tipo.
“Há evidências consistentes de que a frequência dos medicamentos diminui com o aquecimento climático, mas os medicamentos mais fortes tornam-se mais fortes”, disse Suzanne Gray, do departamento de meteorologia da Universidade de Reading, no Reino Unido, citando um relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.
Na Líbia, a cidade de Derna foi inundada por águas que romperam duas barragens e varreram um quarto da cidade costeira. Além das mortes, teme-se que pelo menos 10 mil pessoas estejam desaparecidas, segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
O especialista em clima Christos Zerefos, secretário-geral da Academia de Atenas, disse que os dados das tempestades ainda não foram totalmente compilados, mas estimou que a quantidade de chuva que cairá na Líbia será igual aos 1.000 mm (1 metro) que caíram na Tessália, no centro da Grécia, em apenas dois dias.
Zerefos afirmou que foi um “evento sem precedentes” e que mais chuva inundou a área do que já foi registrado desde que os registros começaram em meados do século XIX.
Os especialistas afirmam que o impacto nos países do Mediterrâneo seria desigual, revelando-se mais destrutivo para aqueles com menos meios para se prepararem.
A Líbia, que suportou mais de uma década conflitos e que ainda não tem um governo central que possa abranger todo o país, está particularmente em risco.
“A complexa situação política e a história de conflitos prolongados na Líbia representam desafios para o desenvolvimento de estratégias de comunicação de riscos e avaliação de perigos, para a coordenação de operações de resgate e também, potencialmente, para a manutenção de infraestruturas críticas, como barragens”, disse Leslie Mabon, professor de sistemas ambientais na Grã-Bretanha.
Antes da tempestade Daniel, o hidrólogo Abdelwanees AR Ashoor, da Universidade Omar Al-Mukhtar, na Líbia, alertou que repetidas inundações representavam uma ameaça para Derna.
No entanto, mesmo a Grécia, com melhores recursos, lutou para lidar com o poder da tempestade Daniel. Casas foram destruídas, pontes ruíram, estradas foram destruídas, linhas de energia caíram e colheitas na fértil planície da Tessália foram devastadas.
As autoridades gregas afirmaram na segunda-feira (11) que mais de 4.250 pessoas foram evacuadas de aldeias e assentamentos na região.
Com CNN Brasil