O grupo acusado de sequestrar um empresário em Campina Grande, Agreste da Paraíba, já havia tentado realizar o crime dois dias antes, entretanto, não conseguiram. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (23) pelo delegado Demétrius Patrício, da Delegacia de Roubos e Furtos de Campina Grande.
“Eles já até haviam tentando dar o primeiro ‘bote’ dois dias antes, dia 6 de setembro. Eles tentaram realmente interceptar, mas não foi bem sucedido, então eles resolveram adiar a ação criminosa para o dia 8, então esse dia eles lograram êxito, efetuaram a abordagem e captura do empresário”, explicou Demétrius Patrício.
Neste domingo (22), foi preso o terceiro integrante do grupo responsável pelo sequestro e extorsão do empresário no momento em a vítima chegava em sua residência, no bairro Santo Antônio, em Campina Grande, Agreste paraibano. O caso ocorreu no último dia 8 de setembro, em um domingo, por volta das 19h.
A Delegacia de Roubos e Furtos de Campina Grande informou que foram cumpridos dois mandados de busca domiciliar e um de prisão preventiva contra o investigado, de 32 anos. Segundo a polícia, o homem é irmão do acusado preso no último dia 15 de setembro, apontado também como membro do grupo responsável pelo sequestro.
O suspeito preso neste domingo (22) também é colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), e ainda armeiro (profissional responsável por reparo, customização e fabricação de armas de fogo). Na residência do acusado, no bairro Bodocongó, foram apreendidas duas pistolas, diversas munições e um carro usado pelo grupo para pegar o dinheiro do resgate pelo sequestro do empresário.
O preso foi encaminhado para a Central de Polícia de Campina Grande, de onde será recambiado ao sistema prisional. As investigações continuam em busca da identificação dos demais integrantes.
Primeiras prisões
Na última terça-feira (17), a polícia prendeu o segundo integrante, de 54 anos, no Bairro Cruzeiro, em Campina Grande. Segundo as investigações, o homem preso é também é CAC. Entretanto, a polícia disse que as armas não foram encontradas nos imóveis objetos de busca, razão pela qual também fora preso em flagrante pela prática de crime contra o Estatuto do Desarmamento (ocultação de arma de fogo de uso permitido).
Ainda na terça (17), a polícia conseguiu localizar o local usado pelo grupo como cativeiro em uma propriedade rural no Sítio Quicé, na cidade de Lagoa Seca, também no Agreste da Paraíba. O preso seria o dono da propriedade.
O primeiro suspeito de participar do sequestro do empresário foi preso no último dia 15. Após as investigações, a polícia teve acesso às imagens dos carros que participaram do sequestro e conseguiu identificar um dos acusados como sendo proprietário de um dos veículos. Na casa do suspeito foram apreendidos o carro, armas de fogo e celulares.
“O suspeito já foi alvo da Polícia Federal no ano passado por tráfico de drogas e organização criminosa”, explicou Elizabeth Beckman.
De acordo com a delegada Elizabeth Beckman cerca de três a quatro homens participaram do sequestro e a vítima chegou a passar 20h com o grupo em um cativeiro. O empresário foi liberado na região do Arco Metropolitano de Campina Grande.
A polícia informou que o grupo queria um valor de R$ 50 milhões de reais para liberar a vítima e que encaminharam um vídeo por meio de um aplicativo de mensagem para o filho do empresário, onde ele aparecia com os pés e mãos amarrados e ao lado um dos suspeitos segurando uma arma. A negociação teria continuação por meio de mensagens entre o grupo e o filho da vítima.
No boletim de ocorrência registrado mostra que a família conseguiu pagar uma parte da quantia exigida pelos criminosos “Os bandidos exigiam R$ 50 milhões, a família não tinha esse valor para pagar, mas pagou um valor considerável”, disse a delegada Elizabeth Beckman.