O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas na manhã desta sexta-feira (20) que é necessário “corrigir escorregada” do dólar, mas não fixando um valor à moeda. O ministro defendeu que o Banco Central, autoridade monetária do país, deve “promover correções”, mas sem buscar uma meta para o valor do dólar, e sim a correção de “disfuncionalidades”.

“Sempre que houver uma disfuncionalidade, incerteza, insegurança, que gere disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido. Não buscando uma meta de qual o valor do dólar. Não é esse o papel do Banco Central. Mas corrigir disfuncionalidades, sim”, afirmou ele.

Segundo Haddad, ruídos gerados pela comunicação precisam ser corrigidos e reconheceu que houve uma “má apreensão e má recepção” das medidas anunciadas no fim de novembro. O ministro também ponderou que o cenário externo segue desafiador, o que aumenta as incertezas e o patamar do dólar. “Mas precisamos prestar atenção na nossa casa para não gerar transtorno”, completou o ministro.

Pacote “atendeu expectativa”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta sexta-feira (20) que as medidas aprovadas no Congresso não sofreram desidratação e atendem às expectativas da pasta. Segundo o ministro, a aprovação do pacote fiscal terá cerca de R$ 1 bilhão a menos do que o previsto pela Fazenda após as modificações feitas pelos deputados e senadores.

Em café da manhã com os jornalistas, Haddad fez um balanço dos dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Lula, das medidas defendidas pela Fazenda e da relação com o Congresso ao longo do período.

“O número se aproxima muito do pretendido [pela Fazenda]. Vamos divulgar [os números] à luz do que o Congresso aprovou”, afirmou Haddad. Questionado sobre a medida dos super salários do judiciário, o ministro afirmou que o impacto considerado foi, principalmente, o que se referia aos ajustes dos militares. “Nunca consideramos impacto fiscal do judiciário na planilha, mas a dos militares, sim. (…) O Judiciário não impacta no [resultado] primário do Executivo”, completou.

A previsão total da pasta era de que as medidas reduzam em cerca de R$ 70 bilhões os gastos públicos até 2026. Com as mudanças feitas pelo Congresso, o número deve continuar próximo do patamar previsto, com perda de apenas R$ 1 bilhão desse total, também nos próximos dois anos.

Com Portal Correio

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