Traficantes do morro da Serrinha, em Madureira, que mataram e esquartejaram um jovem do morro do Fubá, em Cascadura, utilizaram o cartão bancário da vítima após cometerem o crime. “Após a morte da vítima, os cartões bancários foram utilizados, totalizando um valor de R$ 300 em compras”, informou a delegada Elen Souto, da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).
O crime ocorreu no dia 26 de outubro, quando traficantes da Serrinha invadiram o morro do Fubá. A motivação do assassinato, segundo a DDPA, foi o fato de Matheus Andrade de Freitas viver e trabalhar em uma comunidade rival do Terceiro Comando Puro (TCP). “Matheus foi criado no morro do Fubá e muitos amigos passaram a integrar o tráfico. Um mês antes de desaparecer, tornou-se sócio de uma pizzaria na entrada da comunidade Jorge Turco, dominada pelo Comando Vermelho”, explicou a delegada.
Após matar o jovem, os criminosos ainda postaram um vídeo do crime nas redes sociais, o que causou grande repercussão. O vídeo foi motivo de irritação para William Yvens da Silva, o traficante Coelhão, um dos líderes do tráfico na Serrinha, que enviou um áudio reclamando da atitude dos traficantes: “Como um vídeo desse vai vazar, mano? Como vai, como, explanar um vídeo desses, mano? Cortando os outros, mano. Pô, tá de brincadeira, mano.”
Coelhão é homem de confiança de Wallace Brito Trindade, o Lacoste, chefe do tráfico no Complexo da Serrinha. Ele também foi acusado de mandar torturar mulheres, raspando seus cabelos e colando tampinhas em suas cabeças. Além disso, Lacoste e Coelhão exigiram que olheiros do tráfico utilizassem drones para monitorar a movimentação da Polícia Militar na região.
Com os indiciamentos, Lacoste e Coelhão passam a ter, respectivamente, 7 e 3 mandados de prisão em aberto. Segundo a polícia, o vídeo ajudou a encerrar o inquérito em três meses. “Ainda durante esse vídeo de esquartejamento, há exaltação ao chefe, que vem a ser o Lacoste”, explicou a delegada Elen Souto.
Seis traficantes foram indiciados pela morte de Matheus Andrade. A investigação prossegue, e o caso segue sendo acompanhado pela polícia.