Após perder as eleições, Iácome quer a demissão de Dalva

A política pode ser dura, mas será que precisa ser cruel? 

No último dia 5, o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Lagoa Seca, Iácome Jácome (PSD), surpreendeu a cidade ao protocolar uma ação popular exigindo a demissão de Dalva Lucena, ex-prefeita do município e atual presidente do Instituto de Previdência de Lagoa Seca (IPSER). 

O pedido foi feito apenas um dia após a morte do ex-prefeito Edvardo Herculano de Lima, esposo de Dalva.

A pergunta que fica é: onde está a humanidade?

Enquanto a família de Dalva ainda chora a perda de Edvardo, um homem que dedicou sua vida ao município, Iácome tomava sua decisão sem hesitar: queria vê-la fora do cargo. Nem mesmo o luto da viúva foi respeitado.

O que torna a atitude de Iacome ainda mais revoltante é que, 24 horas antes, ele próprio usava suas redes sociais para prestar homenagens a Edvardo Herculano. Fez postagens com palavras de pesar, compareceu ao velório, se mostrou solidário. Mas no dia seguinte, sem qualquer sensibilidade, foi à Justiça pedir a demissão da esposa do ex-prefeito, sem dar a ela sequer tempo para respirar após a perda irreparável.

A justificativa usada por Iácome para esse ato frio e calculista é uma Lei Municipal de 2021 que exige que o presidente do IPSER tenha uma especialização específica na área. 

Mas se essa exigência sempre existiu, por que ele nunca cobrou isso antes? Por que só agora, quando Dalva ocupa o cargo, essa “preocupação” apareceu?

Aqui entra mais uma grande contradição do ex-vereador: o próprio pai de Iácome ocupou essa mesma função por sete anos sem ter a tal especialização. Sim, o pai dele, Pedro do Pão, que esteve à frente do Instituto de Previdência do município até janeiro de 2024, não possuía a qualificação exigida pela lei. Mas, curiosamente, naquela época, Iácome não via nenhum problema nisso.

Edvardo faleceu na última segunda (03)

E o que realmente está por trás dessa ação?

A realidade é que essa ação popular de Dr. Jácome levanta uma série de suspeitas. Seria esse um ato movido por pura perseguição política? Estaria ele tentando forçar uma crise na atual gestão da prefeita Michelle Ribeiro, que, por sinal, foi quem o derrotou nas eleições do ano passado?

Seja qual for a motivação, uma coisa é certa: a cidade de Lagoa Seca está revoltada com a insensibilidade e o oportunismo desse gesto.

Em um momento de dor e luto, um verdadeiro líder demonstra empatia e respeito. O que Iácome fez foi o oposto: desrespeitou o sofrimento de uma mulher viúva e feriu a memória de um ex-prefeito que ele próprio disse admirar.

Diante disso, a população de Lagoa Seca precisa se perguntar: esse é o tipo de político que merece espaço na cidade?

Pai de Iácome foi presidente do IPSER por 7 anos

ARTIGO DE OPINIÃO

Por Márcio Rangel

Jornalista

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Paraíba, BR
18:34, 07/02/2025
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