
O Superior Tribunal Militar (STM) condenou sete militares do Exército Brasileiro, incluindo um capitão, três sargentos, dois cabos e um soldado, por envolvimento em um esquema de desvio de alimentos no Colégio Militar do Recife (CMR).
O grupo, que agia desde 2016, roubou uma série de produtos, incluindo 150 quilos de carne, do rancho do colégio, localizado na Cidade Universitária, Zona Norte da capital pernambucana.
O esquema de furtos foi descoberto após um cabo filmar, em 2019, militares transferindo caixas de carne e outros alimentos para viaturas particulares. A investigação revelou que o capitão João Martins Gomes Neto, chefe do Setor de Aprovisionamento do CMR, coordenava a operação, e os sargentos intimidavam e ameaçavam outros militares para forçá-los a participar. Os desvios eram conhecidos entre os envolvidos como o “Dia dos Dez Mirréis”, uma expressão utilizada para se referir ao dia em que realizavam os furtos.
Os produtos roubados eram retirados da câmara frigorífica e transportados em sacos pretos ou caixas após o expediente, com viaturas militares sendo usadas para transportar os alimentos. Para encobrir o crime, um cabo manipulava os registros no sistema de controle de estoque, diminuindo a quantidade oficial dos alimentos.
O prejuízo estimado aos cofres públicos foi de aproximadamente R$ 69.533,08. A fraude foi detectada quando a nutricionista do colégio notou a falta de carne e relatou ao comando. O que fez o grupo intensificar as ameaças e coações contra testemunhas. Além disso, militares que se recusavam a participar do esquema de roubo eram ameaçados de represálias.
As penas aplicadas:
- Capitão João Martins Gomes Neto: 7 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão.
- 2º Sargento Ronaldo Silva dos Santos: 7 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão.
- 1º Sargento Nilson de França Silva: 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
- 2º Sargento Adalberto Bartolomeu Corrêa Silva: 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
- Cabo Rodrigo José de Melo Nascimento: 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
- Cabo Thiago Duarte Rodrigues de Sena: 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
- Soldado Gabriel Augusto de Lima: 5 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
Além das penas de reclusão, todos os réus, exceto o capitão, foram excluídos das Forças Armadas. O capitão João Martins Gomes Neto poderá responder por uma ação para perda de posto e patente, após o trânsito em julgado do processo.