Por Verton Ribeiro
O Brasil segue estagnado no combate ao analfabetismo funcional: segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), 29% da população de 15 a 64 anos se enquadra nessa categoria — o mesmo índice de 2018. O levantamento considera analfabeto funcional quem apenas reconhece palavras simples, frases curtas e números familiares, sem entender textos ou resolver operações matemáticas mais elaboradas.
A pesquisa ouviu 2.554 pessoas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país, e dividiu os brasileiros em cinco níveis: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário e proficiente. O índice de analfabetismo funcional cresce com a idade e atinge 51% entre os maiores de 50 anos. Já entre os jovens de 15 a 29 anos, 84% têm letramento funcional, refletindo o impacto positivo das políticas educacionais de inclusão escolar nas últimas décadas.
O estudo também expôs desigualdades de raça e gênero: entre os brancos, 41% têm alfabetização consolidada, enquanto entre pretos e pardos esse índice cai para 31%, e entre indígenas e amarelos, para 19%. As mulheres se saem melhor que os homens: 73% delas são consideradas funcionalmente alfabetizadas, contra 69% deles. Os organizadores defendem políticas voltadas à alfabetização de adultos e à continuidade do desenvolvimento dessas habilidades.