As investigações da Polícia Federal sobre fraudes bilionárias em descontos indevidos de mensalidades nos benefícios do INSS envolvem pessoas ligadas a seis partidos: PT, PL, PDT, PSD, PSB e Republicanos. O esquema pode ter desviado até R\$ 6,3 bilhões. As apurações se baseiam em reportagens do portal Metrópoles e já provocaram as demissões do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto (ex-PSB, atualmente no PDT).
PDT sob pressão
Carlos Lupi foi afastado após denúncias ignoradas sobre as fraudes. Seu substituto, Wolney Queiroz, também do PDT, assinou uma emenda que beneficiou entidades investigadas. O partido rompeu com o governo na Câmara, mas os senadores da sigla decidiram manter o apoio ao Planalto.
PSD citado por transações suspeitas
José Carlos Oliveira, ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro, foi citado por repasses suspeitos envolvendo um assessor de uma entidade sob investigação. Ele não é formalmente investigado.
PSB vinculado a nomes sob suspeita
Alessandro Stefanutto foi citado por supostos repasses de propina enquanto comandava o INSS. Outro nome do partido, o deputado estadual Edson Araújo (MA), recebeu R\$ 5,4 milhões de uma federação de pescadores investigada.
PT tenta se distanciar, mas entidades ligadas ao partido são alvo
O governo Lula afirma que o esquema começou no governo Bolsonaro e foi desmantelado agora, mas entidades próximas a petistas estão entre as principais envolvidas. A Contag, presidida por um irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE), movimentou R\$ 2 bilhões em descontos. Frei Chico, irmão de Lula, é vice-presidente do Sindnapi, que também lucrou com o esquema.
PL envolvido por doação suspeita
O ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) recebeu R\$ 60 mil de um dirigente de entidade que assinou acordo com o INSS durante sua gestão. Ele nega qualquer envolvimento.
Republicanos ligado a dirigente de entidade beneficiada
Abraão Lincoln, ex-presidente do Republicanos no Rio Grande do Norte, comanda a CBPA, que passou a ter 340 mil filiados em um ano e arrecadou R\$ 57,8 milhões em descontos. Ele mantém relação com lideranças do partido e participou de eventos políticos recentes.
A operação da Polícia Federal continua e mira entidades que firmaram acordos com o INSS para descontar valores dos benefícios de aposentados sem autorização expressa.
Por Wanderson Gomes (@w4ndersongomes) com informações do Metrópoles