Por Verton Ribeiro
A Academia Francesa, instituição equivalente à Academia Brasileira de Letras, prepara sessão privada oficial para homenagear o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em Paris no início de junho.
A homenagem é um evento raro: desde a fundação da academia pelo Cardeal Richelieu em 1635, apenas 19 chefes de Estado foram homenageados em sessão oficial — ou seja, uma média de quatro por século, de acordo com fontes que participam da elaboração do programa do presidente na capital francesa. Lula é o segundo brasileiro a receber a rara homenagem. O primeiro foi Dom Pedro II em 1872.
A homenagem deve acontecer no dia 5 de junho, dia da visita de Estado oficial do presidente brasileiro à França, segundo as fontes, que afirmam também que as datas ainda estão sendo debatidas e podem mudar. A ideia de convidar Lula para a homenagem foi do secretário Perpétuo da Academia, o escritor Amin Maalouf. Idealizada por Richelieu e inspiração para a Academia Brasileira fundada por Machado de Assis, a Academia Francesa tem hoje como patrono o presidente Emmanuel Macron e conta com 40 cadeiras.
Durante a sessão, Lula será recebido como um membro da academia e o grupo irá debater uma palavra — que ainda não foi definida pelos organizadores. O debate com o presidente entrará para os anais da academia se a palavra discutida for inédita.
Ela pode entrar para o Dicionário da Academia Francesa — com a observação de que foi debatida com a contribuição do presidente brasileiro. Do lado brasileiro, a vontade é de escolher uma palavra importante para o presidente, com um conceito que de ele goste.