Por Verton Ribeiro
Mais 103 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcaram no Brasil neste fim de semana, em um voo fretado pelo governo americano. O grupo foi dividido entre Fortaleza (24 pessoas), Confins, em Minas Gerais (76) e outros três que ficaram sob custódia da Polícia Federal por pendências com a Justiça brasileira. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, esta foi a mais recente de quase dez operações de repatriação realizadas desde o início do ano.
Desde que os EUA apertaram as regras para a permanência de imigrantes em situação irregular, o número de brasileiros sendo enviados de volta ao país tem crescido. Só entre fevereiro e maio, 783 pessoas retornaram ao Brasil em condições consideradas de vulnerabilidade. Desses, a maioria era formada por homens, mas havia também mulheres e pessoas que não tiveram o gênero informado. Ao chegar, os deportados recebem kits de higiene, alimentação e apoio psicossocial, além de orientações para acesso a serviços públicos, como o SUS e a Defensoria Pública.
Os casos mais sensíveis — como idosos, pessoas com deficiência ou sem um lugar para ficar — são acompanhados por equipes especializadas e, quando necessário, recebem abrigo temporário, alimentação e passagens para retorno às cidades de origem. Apesar desse protocolo, episódios anteriores causaram atrito entre os governos do Brasil e dos EUA. Em janeiro, por exemplo, houve impasse sobre o uso de algemas em deportados, o que levou à intervenção da Força Aérea Brasileira para concluir o transporte em condições consideradas mais humanas.