Por Verton Ribeiro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada federal Carla Zambelli, que anunciou ter deixado o Brasil. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) após a condenação da parlamentar pela Primeira Turma do STF por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além da prisão, Moraes determinou o bloqueio dos passaportes da deputada, incluindo o diplomático, o congelamento dos seus salários e verbas da Câmara, que deverão ser usados para pagar multas relacionadas ao caso.
O ministro também ordenou o bloqueio de todos os bens e contas de Zambelli, incluindo imóveis e contas bancárias, além da suspensão do acesso aos seus perfis em redes sociais como X, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, LinkedIn, Telegram e GETTR. Moraes destacou que a deputada tentou transferir suas redes sociais para o nome da mãe para continuar a propagar informações fraudulentas sobre o processo eleitoral. Caso continue publicando conteúdos considerados criminosos, ela poderá ser multada em R$ 50 mil por dia. A Polícia Federal foi acionada para incluir o nome de Zambelli na lista da Interpol e investigar seu paradeiro para possível extradição.
Carla Zambelli, por sua vez, classificou a decisão como ilegal, inconstitucional e autoritária. Em nota, afirmou que um deputado só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável e criticou a decisão monocrática do ministro. A deputada também repudiou o bloqueio de contas pessoais de sua família e anunciou que denunciará a perseguição em fóruns internacionais. Zambelli ainda responde a outro processo no STF relacionado a um episódio em que sacou uma arma contra um jornalista, além da perda do mandato parlamentar prevista após o julgamento final do caso.
