A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta terça-feira (22), mais um desdobramento da Operação Lava-Jato e tem como alvo o senador José Serra (PSDB-SP). A investigação é sobre um suposto caixa 2 na campanha eleitoral de Serra ao Senado em 2014.
São cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em São Paulo, Itatiba (SP), Itu (SP) e em Brasília, além do bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados.
Segundo a PF, foi constatada a existência de indícios do recebimento de doações eleitorais não contabilizadas, por meio de operações financeiras e societárias simuladas, “visando assim ocultar a origem ilícita dos valores recebidos, cujo montante correspondeu à quantia de R$ 5 milhões.”
Ainda segundo a corporação, o inquérito policial contou com a “colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas no ano de 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas, efetuados supostamente a mando de acionista controlador de importante grupo empresarial do ramo da comercialização de planos de saúde.”
A PF apurou ainda a existência de outros pagamentos, em quantias elevadas e realizados por grandes empresas, uma delas do setor de nutrição e outra do ramo da construção civil. Todos esses pagamentos seriam destinados a uma das empresas supostamente utilizadas por Serra para a ocultação do recebimento das doações.
23º Paralelo
A Operação foi denominada 23º Paralelo, em referência ao paralelo no 23° grau a sul do plano equatorial terrestre, onde fica localizada a cidade de São Paulo, local em que o grupo investigado teria praticado os crimes, bem como onde se desenvolve a maior parte das ações investigativas.
Os investigados responderão, na medida de participações, pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. As penas vão de 3 a 10 anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação.
Com ClickPB