Desfile da Águia de Ouro no 2º dia de carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo — Foto: (Foto: Ardilhes Moreira/G1)

A Prefeitura de São Paulo decidiu adiar o carnaval de rua e os desfiles das escolas de samba de 2021 devido à pandemia do coronavírus. A nova data ainda não foi definida, mas, no caso dos desfiles, a Liga das Escolas de Samba de São Paulo propõe que a festa seja realizada em maio ou julho.

O carnaval de São Paulo é um dos maiores do país. Neste ano, cidade bateu recorde de público e do número de blocos: foram mais de 15 milhões de foliões nas ruas e 600 blocos. A prefeitura gastou R$ 36,6 milhões, e houve um retorno financeiro de R$ 2,3 bilhões para a cidade.

Em Salvador, o prefeito também estuda adiar o carnaval para julho. No Rio de Janeiro, as escolas esperam tomar uma decisão em setembro sobre a data dos desfiles. Representantes das agremiações e da Liesa alegam que sem vacina contra a Covid-19 é impossível realizar o espetáculo em segurança.

O presidente da Liga de São Palo, Sidnei Carriuolo, se reuniu com os representantes das escolas de samba do Grupo Especial e de Acesso, e levou a proposta de mudança de data para a prefeitura. Ele disse ao G1 que a decisão precisou ser tomada agora para as escolas se prepararem a tempo de garantir o desfile. Mas, mesmo assim, o público pode esperar um carnaval diferente de anos anteriores.

“Carnaval nos mesmos moldes de costume é impossível, já pensamos em adaptações. O que toma muito tempo e suporte financeiro é o preparo de fantasia e alegoria”, afirmou.

Adiamento por causa de pandemia

Escolas de samba e organizadores do carnaval de rua de São Paulo já defendiam adiamento do carnaval por conta da pandemia de Covid-19. O governador João Doria (PSDB) disse em 15 de julho (15) que megaeventos como Réveillon e carnaval só deverão ser celebrados com a criação da vacina contra o coronavírus.

“É a maior tragédia da história desse país em qualquer tempo. Não há nada a celebrar, não há nada a comemorar. E muita atenção àqueles que diante de um quadro como esse ainda querem fazer atividades festividades de Ano Novo ou de carnaval. Nós não temos que celebrar nem Ano Novo, nem carnaval diante de uma pandemia. Apenas com a vacina pronta e aplicada, e a imunização feita, é que podemos ter celebrações que fazem parte do calendário do país, mas neste momento, não!”, afirmou Doria.

Rio de Janeiro

Das 12 escolas do Grupo Especial, 8 já divulgaram os enredos para o carnaval de 2021. Os barracões estão parados. Só continuam sendo feitos os trabalhos feitos a distância, como a sinopse e os desenhos das fantasias e de carros alegóricos.

O cenário ainda é de incerteza e uma nova reunião foi marcada para setembro para reavaliação da situação. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, comentou sobre os desfiles na Sapucaí:

“Só imaginamos ter o desfile das escolas de samba em fevereiro se houver uma vacina. Se não houver a vacina nós não temos como fazer esse evento com aglomeração. Carnaval é isso. O jogo de futebol pode acontecer sem plateia, a Fórmula 1 pode acontecer sem plateia, mas os desfiles das escolas de samba não podem acontecer sem aglomeração dos desfilantes ou de quem tá assistindo”, disse Castanheira.

Com SP1

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