Foto: Reprodução

O empresário paraibano Geffeson Moura, morto em uma operação da Polícia Civil de Sergipe realizada em Santa Luzia na quarta-feira (17), foi sumariamente executado, conforme revelou o delegado paraibano Sylvio Rabelo. Um delegado e um agente da Polícia Civil de Sergipe, além de um policial militar daquele mesmo estado, foram presos nessa terça-feira (23) pelo crime. Sylvio Rabelo afirmou que os agentes de Sergipe alteraram a cena do crime e plantaram uma arma, podendo incorrer também em fraude processual.

Geffeson Moura tinha 31 anos e estava viajando de João Pessoa para Cajazeiras, no Sertão paraibano, para visitar a família, mas nunca chegou ao destino. Ele foi abordado pela polícia sergipana no meio do caminho, em Santa Luzia, e acabou sendo morto com sete a oito tiros. A operação policial procurava um traficante de drogas com mandado de prisão em aberto, e a suspeita é de que Geffeson tenha sido confundido com esse procurado.

”O que vem na nossa cabeça é que ele era muito parecido com o homem procurado e aí faltou a polícia fazer a abordagem da forma correta”, comentou Sylvio Rabelo. 

Logo após o crime, o delegado da Polícia Civil de Sergipe se apresentou na delegacia de homicídio de Patos, levando uma arma que disse ser da vítima, e justificando que teria atirado porque o homem estava armado e esboçou reação. Mais tarde, porém, a polícia descobriu que a arma tinha origem de Sergipe, de onde vieram os policiais, e não era de Geffeson.

‘Era um rapaz bom, de boa família, que não tinha nenhum envolvimento com o crime e nunca teve arma”, disse o delegado Sylvio Rabelo. ”A gente lamenta a morte dele”, completou.
Testemunhas que depuseram sobre o crime afirmam que Geffeson tentou se identificar antes de ser morto, mas não teve chance de desfazer o engano da polícia.

Além da arma plantada, Sylvio Rabelo afirmou que a polícia sergipana também moveu o carro de Geffeson e revistou o veículo, adulterando a cena do crime, além de ter levado o corpo para o hospital de Santa Luzia, afirmando que ele estava vivo e morreu no hospital, quando na verdade ele morreu no local dos tiros, que foram à queima-roupa.

Os agentes envolvidos estão temporariamente presos na sede da Polícia Civil em Aracaju e uma equipe da polícia civil paraibana será enviada ao local para realizar as últimas diligências sobre o caso. O delegado Sylvio Rabelo disse que deve pedir a prisão preventiva dos investigados quando acabar o prazo da prisão temporária.

Com ClickPB

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