Foto: Alisson Correia/Portal Correio

Lideranças da Paraíba se reuniram nesta quarta-feira (28), em visita de cortesia ao Sistema Correio de Comunicação, em João Pessoa, onde discutiram sobre a instalação do porto de águas profundas na cidade de Mataraca, no Litoral Norte da Paraíba, a 100 km da Capital.

O empreendimento, que tem um custo estimado de R$ 4,2 bilhões, deverá ocupar uma área de 10 mil hectares e gerar até 30 mil empregos diretos no estado.

Os defensores da ideia pontuam que entre os fatores favoráveis à instalação do equipamento em Mataraca está a localização da cidade, equidistante de João Pessoa e Natal, perto da BR-101 e em área com sistemas de energia limpa e gás encanado. Mataraca tem um parque eólico chamado “Vale dos Ventos”, com capacidade de gerar 48 Megawatts (MW) de energia com 60 aerogeradores.

De acordo com o projeto, o porto de águas profundas terá capacidade para receber até oito navios de forma simultânea, com uma área de 2.120 metros de atracagem e não interferirá na fauna marinha, como aconteceu em Suape (Pernambuco), onde os ataques de tubarão se proliferaram após a instalação do porto.

O encontro desta quarta (28) reuniu lideranças políticas de João Pessoa e da região do Vale do Mamanguape, onde fica Mataraca e outros 21 municípios. Estiveram presentes o prefeito da cidade, Egberto Madruga (PSB), o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, o assessor da Famup, Newton Marinho, o representante da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Giovanni Nóbrega Marinho, e o diretor-presidente do Sistema Correio de Comunicação, Roberto Cavalcanti.

“Conclamamos as classes política e empresarial para apoiar o projeto. Estamos fazendo um trabalho conjunto com os Municípios do Vale do Mamanguape”, disse o presidente da Famup, George Coelho. Ele espera que o projeto seja atualizado e tenha um custo menor que o previsto quando foi elaborado.

O assessor da Famup, Newton Marinho, explicou que o Porto de Cabedelo não será inviabilizado com a chegada do novo equipamento, o qual ele diz que não será chamado somente de “porto de águas profundas”, mas de “Complexo Industrial Portuário da Paraíba”.

“O novo porto terá uma capacidade maior, sem a necessidade de dragagens e poderá contribuir para que o Porto de Cabedelo seja mais explorado também de forma turística, e não só como já é hoje”. Dragagem é o processo de escavação feito para retirar areia e dar espaço para a água do mar ficar mais profunda.

O empresário Roberto Cavalcanti defende a iniciativa desde quando era senador no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. “Como pernambucano, acompanhei a implantação do Porto de Suape e sei a importância econômica de um equipamento como esses. Hoje, Suape está superlotado. O projeto do porto de águas profundas é da Paraíba, mas de importância nacional e para atender a demandas da economia global”, disse, destacando que o equipamento deverá atrair mais empresas e novos investimentos para toda a região também depois de instalado.

O deputado estadual Moacir Rodrigues (PSL) explica que a ideia é apartidária e deve ser abraçada por todos. “O projeto não tem partido político, é para o crescimento e desenvolvimento da Paraíba”.

O representante da Antaq, Giovanni Marinho, afirmou que a agência acompanha as discussões para explicar sobre as normas vigentes e sobre o que é legalmente permitido durante a execução de um projeto portuário. Ele defende que haja união de forças para que a ideia saia do papel.

“Assim como todo projeto portuário, precisa de muito engajamento, representa a necessidade de vultuosos recursos financeiros, o que requer um esforço conjunto”.

No dia 15 de julho, a Famup se reuniu com o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), para pedir apoio. O gestor disse que vai analisar o projeto e solicitar um estudo técnico sobre a viabilidade das obras.

“João Azevedo foi muito receptivo ao projeto por entender que é de grande importância econômica para o estado. O porto de águas profundas vai alavancar a economia local e fortalecer ainda mais os municípios paraibanos”, disse o presidente da Famup, George Coelho.

Com Portal Correio

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