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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% no 2º trimestre de 2021, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo divulgou nesta quarta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números do IBGE mostram que a economia brasileira perdeu fôlego, após avanço de 1,2% nos 3 primeiros meses do ano e depois de 3 trimestres de alta.

“Frente ao mesmo trimestre de 2020, o PIB cresceu 12,4%. No primeiro semestre, o PIB acumula alta de 6,4%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em junho de 2021, o PIB cresceu 1,8%”, informou o IBGE.

Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, chegou a R$ 2,1 trilhões.

Apesar do resultado frustrante, o PIB se manteve no patamar do fim de 2019 ao início de 2020, período pré-pandemia, segundo o IBGE, mas agora está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.

O resultado veio mais fraco que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de um crescimento no segundo trimestre de 0,2%, na comparação trimestral.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e durante um certo período e serve como uma espécie de termômetro da evolução da atividade e da capacidade de uma economia gerar riqueza e renda.

Agricultura e indústria em queda; consumo estagnado

A maior queda foi da agropecuária (-2,8%), seguida pela Indústria (-0,2%). Por outro lado, os serviços cresceram 0,7%. Pela ótica da despesa, consumo das famílias teve variação zero e os investimentos caíram 3,6%.

“Apesar dos programas de auxílio do governo, do aumento do crédito a pessoas físicas e da melhora no mercado de trabalho, a massa salarial real vem caindo, afetada negativamente pelo aumento da inflação. Os juros também começaram a subir. Isso impacta o consumo das famílias”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Principais destaques do PIB no 2º trimestre:

  • Agropecuária: -2,8%
  • Indústria: -0,2%
  • Serviços: 0,7%
  • Consumo das famílias: zero
  • Consumo do governo: 0,7%
  • Investimento (FBCF): -3,6%
  • Importação: -0,6%
  • Exportação: 9,4%
  • Construção: 2,7%
  • Comércio: 0,5%

Expectativas

Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 e do fim das medidas de restrição de horários e público em boa parte do país, a inflação persistente, a tensão política e “riscos fiscais” (sustentabilidade das contas públicas) têm elevado nas últimas semanas o nível de incerteza sobre o ritmo da retomada e provocado revisões para baixo das previsões econômicas.

A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021foi reduzida de 5,27% para 5,22%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2022, a média das projeções está em 2%, mas parte dos analistas já vê um crescimento mais próximo de 1,5%.

Em 2020, no primeiro ano da pandemia, a economia brasileira caiu 4,1%, registrando a maior contração desde o início da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996, o que tirou o Brasil da lista das 10 maiores economias do mundo.

Economistas avaliam que o aquecimento do setor de serviços – o que mais emprega no país e com maior peso no PIB – deve ajudar na melhora do mercado de trabalho e garantir que o PIB do terceiro e do quarto trimestre se mantenha no azul, mas alertam para o riscos de novos freios para a recuperação, incluindo a perspectiva de novas elevações na taxa básica de juros (Selic), de agravamento da crise hídrica e piora do ambiente político, em razão das reiteradas ameaças do presidente Jair Bolsonaro à ordem democrática.

Com G1

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