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Em pleno século XXI, a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e o HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) ainda carregam muitos mitos. Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus, novas informações falsas foram surgindo, aumentando dúvidas e ampliando a desinformação sobre o tema. Na quarta-feira (1), foi celebrado o dia Internacional da Luta Contra AIDS e o infectologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, esclarece algumas questões que ainda geram dúvidas na população.

Somados aos mitos de que a AIDS pode ser transmitida por utensílios e contatos como beijo, que existe cura para doença, que homem ou mulher com HIV não pode ter filhos, que quem tem HIV tem AIDS, que existe ligação entre AIDS e covid-19 e que vacinas contra a doença da Covid-19 poderiam fazer com que os vacinados desenvolvessem com mais facilidade o vírus do HIV.

 Segundo o especialista, a primeira fake news que precisa ser desmentida é que existe ligação entre a AIDS e a Covid-19.

“Diferente do que circula em redes sociais, não há relação entre AIDS e Covid-19, nem entre o HIV e a Covid-19. Durante a pandemia, detectamos pessoas portadoras do HIV com Covid, mas isso não indica que estão relacionadas. As medicações e o tratamento da AIDS não interferem em absolutamente nada na Covid-19, são vírus completamente diferentes em ação e formas de tratamento”, enfatiza.

O infectologista destaca que a AIDS ainda mata muitas pessoas. Em 2020, 690 mil pessoas morreram de doenças relacionadas em todo o mundo. Foram 34,7 milhões de mortes desde o início da epidemia até o final do ano passado. Fernando Chagas reforça que ainda se encontra uma quantidade muito grande de pessoas sendo infectadas todos os anos. “Temos 800 mil pessoas com HIV no país. Acredita-se que menos da metade das pessoas estão tratando, quem não trata, a doença avança, destrói a imunidade, consequentemente, a pessoa pode vir a perder a vida”, enfatiza.

Transmissão X Prevenção – Chagas aponta que o HIV é transmitido pelo sangue ou por secreções sexuais e afirma que a relação sexual é ainda o principal veículo de transmissão da doença. Mas lembra que acidentes com perfuro cortantes também podem transmitir. “Antigamente, a transfusão de sangue era um problema, hoje ela passa por uma série de exames, que impedem a transmissão do HIV. Compartilhar seringas, no caso de usuários de drogas injetáveis, também é uma forma de contrair o HIV”, elenca.

O uso de preservativo masculino e feminino é o principal modo de prevenir. Mas, se porventura, a pessoa se furar com uma agulha, deve buscar unidades de saúde que liberem medicamentos que evitem desenvolver a doença”, sugere.

Imunizantes – Fernando Chagas afirma que ainda não existe uma vacina contra AIDS, algumas seguem em desenvolvimento. “Infelizmente, as que estão sob estudo não apresentaram resultados eficazes e seguem sem sucesso porque o HIV é um vírus com uma capacidade de fuga da imunidade muito grande e, por enquanto, a vacina segue sendo um sonho, assim como a cura também é um sonho. Seguimos em busca tanto da vacina, quanto da cura”, relata Chagas, que ainda aponta que atualmente existe o que se chama de profilaxia pós-exposição, que é a utilização de retrovirais para combater o desenvolvimento da doença.

Exame – A forma de detectar se um indivíduo está com HIV é por meio do exame, o teste rápido, que consegue detectar a presença ou não do vírus no organismo humano.

Da Assessoria

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