As eleições de 2024 terminaram na prática e de direito, mas ainda não tiveram seu desfecho final jurídico em várias cidades do Cariri paraibano. Candidatos derrotados nas urnas têm recorrido à Justiça Eleitoral em busca de reverter resultados, alegando irregularidades que poderiam comprometer os mandatos dos prefeitos eleitos. As ações de acordo com informações variam de esperança de assumir o cargo ou até para tentar justificar as derrotas ao eleitorado.
Boa Vista:
Em Boa Vista, o prefeito eleito Fernando Aires enfrenta uma ação movida por Edmar Leite (PSB). Segundo Edmar, o atual prefeito André Gomes teria usado a máquina pública para favorecer o candidato do grupo situacionista.
São João do Cariri:
Em São João do Cariri, Chico de Eulina, que derrotou o candidato da oposição Chicão Medeiros, também enfrenta questionamentos judiciais. A oposição acusa a gestão de Helder Trajano de ter se favorecido na eleição de Chico. Advogados apontam fragilidade das argumentações.
Caraúbas:
Já em Caraúbas, Nerivan, conhecido como “o Gari”, derrotou Teinha da Saúde, candidato apoiado pelo atual prefeito Silvano Dudú. Teinha acusa o adversário de compra de votos.
Prata:
Na cidade da Prata, o prefeito eleito Genival Tembório também enfrenta acusações. O grupo derrotado, liderado por Nô do Povo, disse que um evento com o DJ Nandinho teria configurado um showmício, prática vedada pela legislação eleitoral.
Monteiro:
Em Monteiro, a prefeita eleita Ana Paula enfrenta ação judicial movida por Edna Henriques, que acusa a adversária de suposta contratação irregular de servidores pela prefeita atual, Anna Lorena, em período vedado. A diferença de quase 4.000 votos na eleição não impediu a contestação judicial.
São Sebastião do Umbuzeiro:
No município de São Sebastião do Umbuzeiro, a prefeita eleita Aldacy e seu vice enfrentam duas ações judiciais. Em uma delas, o grupo derrotado alega que o ex-prefeito Adriano Wolff teria ampliado contratações públicas de forma irregular. Em outra, a oposição acusa Aldacy de participação em eventos que se assemelhariam a showmícios. Na cidade a oposição seguia esperançosa da vitória, mas terminou amargando uma grande derrota.
Além disso, suplentes de vereadores poderão ser beneficiados em uma ação que questiona a cota de gênero do MDB, partido que elegeu dois parlamentares na cidade. A coligação “Trabalho e Desenvolvimento Continuam” afirma que uma candidata teria sido usada como “laranja” para atender à legislação eleitoral.
Serra Branca: uma exceção
A zona eleitoral de Serra Branca não apresentou registro de ações judiciais contra candidatos eleitos. Destaque para as votações expressivas em São José dos Cordeiros, com Felício Queiroz (90,4% dos votos), Nelsinho Honorato em Coxixola (89,3%), Genival Queiroz em Parari (74,7%) e Alexandre em Serra Branca (59,1%), em um pleito com três candidatos.
Enquanto algumas cidades do Cariri celebram a estabilidade pós-eleitoral, outras vivem intensos embates judiciais, mostrando que, para muitos, a disputa vai além das urnas.
Fonte: Blog do Júnior Queiroz / Paraíba Mix