“Assim que eu passei a esquina da Neuza Dutra, ele deu a primeira facada nela. Ela foi e caiu segurando a minha mão. Eu falei para o irmão dela: ‘corre’. Ele [Moabe] só dava facada nela e ria, dava risadas”, relatou a babá, Brenda Souza de Andrade, que estava com a menina que foi assassinada em Betim, na Grande BH, na manhã desta quarta-feira (30).

A babá seguia com o casal de irmãos para o Centro Infantil Municipal Silvina Júlia de Carvalho, no bairro Vila Cristina, quando Moabe Edon Pinto Nogueira Souto, de 25 anos, atacou Ieda Izabel Manoel Peres, de 5. O crime foi na Rua Perdões, ao lado do Colégio Neuza Dutra.

De acordo com a Polícia Militar (PM), não há qualquer relação entre o suspeito e a família da criança. A mãe do jovem disse que ele tem esquizofrenia. Aos militares, Moabe afirmou que cometeu o crime a mando de uma entidade e que estava fazendo um pacto com o diabo. Ele teria ouvido uma voz ordenando o assassinato.

A PM informou que o suspeito usava tornozeleira eletrônica, era usuário de drogas e tinha passagens pela polícia por porte de drogas e tráfico. Ele havia saído da prisão há dois meses, mas, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), não era mais monitorado pela Justiça.

“Houve um fato na parte interna do presídio em que ele mostrou muita risada, da mesma forma que foi feito hoje quando ele praticou o crime. Isso chamou a atenção dos detentos que estavam na mesma cela”, disse nesta quarta o major da PM Paulo Roberto.

Vizinhos contaram que populares tentaram linchar o homem antes de ele ser preso. De acordo com o boletim de ocorrência, quando os policiais chegaram ao local, Moabe estava ferido. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teresópolis com lesões leves, onde contou que havia passado a noite fumando crack.

Depois de ser atendido por um médico, Moabe foi preso e conduzido a um batalhão da PM. A Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios de Betim.

Major Paulo Roberto contou ainda que a mãe do suspeito desmaiou ao saber da notícia. “Ele estava sendo medicado. A mãe relata que houve o agendamento de uma consulta e o médico psiquiatra constatou que a medicação não estava sendo suficiente. Estava levando o autor a ter surtos demorados, a agir de forma mais agressiva com os familiares, dentro de casa”, completou o policial.

O município de Betim decretou luto oficial nesta quarta-feira. De acordo com a prefeitura, as aulas no Centro Infantil Municipal Silvina Júlia de Carvalho estão suspensas e serão retomadas na segunda-feira (4). Nas demais unidades educacionais da cidade, as atividades seguem normalmente.

G1

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