Acabou a espera. No fim da tarde desta quinta-feira (1º) foi divulgado o resultado dos exames de DNA que comprovaram que o bebê levado para casa por Pauliana Maciel e Genésio Vieira, na verdade, é filho biológico de Aline Alves e Murillo Lobo, e vice-versa. Os dois nasceram no dia 9 de julho no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), com minutos de diferença e, segundo as investigações da Polícia Civil, foram colocados ao lado das mães invertidas após voltarem do banho.
A destroca aconteceu por volta das 19h na delegacia de Trindade. Aline e Murillo foram os primeiros a chegar com um dos bebês. Logo em seguida, Pauliana e Genésio também chegaram com o outro. Outros familiares acompanham os casais.
O momento da devolução dos bebês biológicos foi marcado pela emoção das mães. As duas choravam enquanto entregavam os meninos uma para a outra. As duas foram amparadas pelos maridos e outros parentes.
Nos últimos dias, todos estavam morando juntos na casa de Pauliana, em Trindade, para facilitar a transição e destroca após essa confirmação do exame. Uma mãe tem ajudado a outra nas tarefas com os dois meninos.
Antes da abertura do resultado dos exames delegado André Fernandes comentou sobre o suporte montado para atender às famílias, que fizeram a destroca na delegacia.
“Toda equipe está aqui preparada. Estamos com psicólogos, conselho tutelar, tudo para dar apoio às famílias. Estamos esperando o advogado chegar com as famílias para fazer a revelação. Se ficar comprovado a paternidade de cada um, essa troca poderá ser feita aqui mesmo na delegacia”, disse.
A suspeita de que algo estava errado começou com Genésio e Pauliana. Segundo o advogado deles, Alaor Mendanha, o casal percebeu que o bebê não se parecia com eles e fizeram, por conta própria, um exame de DNA que comprovou que o neném não era filho biológico de nenhum dos dois.
O casal registrou o caso na Polícia Civil. A suspeita da troca se espalhou rapidamente. Assim, Aline e Murillo, que tiveram filho na mesma data e que estavam no mesmo quarto, procuraram a delegacia.
O Hutrin reconheceu inicialmente a troca e informou que passou a manter contato com as famílias. No entanto, funcionários da unidade que prestaram depoimento na quarta-feira (31), negaram que tenham cometido qualquer erro que possa ter levado à troca.
A Polícia Civil começou a investigar o caso assim que foi registrado na delegacia de Trindade. Segundo a delegada Renata Vieira, responsável pela apuração, ao que tudo indica, as pulseiras de identificação, com o nome das mães, estavam corretas, mas os bebês teriam sido colocados por uma funcionária da maternidade em berços ao lado das mães invertidas. A polícia também acredita que as roupas dos recém-nascidos foram trocadas.
As três funcionárias que foram ouvidas pela Polícia Civil disseram em depoimento que não acreditam que o hospital tenha culpa no caso porque a equipe segue um sistema padrão para assegurar que problemas como esse não ocorram.