No post, Bolsonaro justificou a mudança das empresas pela suposta “confiabilidade do investidor” no Brasil e disse que as novas fábricas trariam mais emprego ao país.
“MWM, fábrica de motores americanos, a Honda, gigante de automóveis, e a L’Óreal anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil. A nova confiabilidade do investidor vem para gerar mais empregos e maior giro econômico em nosso país”, dizia a publicação.
Em nota, a Honda informou que anunciou em agosto deste ano que deixaria de produzir automóveis na Argentina em 2020, mas que a produção de motocicletas continuaria. Com isso, nenhuma fábrica seria fechada. Segundo a empresa, não há previsão de trazer fábricas para o Brasil.
Em nota enviada à agência Reuters, a L’Óreal disse que produz na Argentina mais de 40 milhões de unidades por ano em sociedade com uma empresa local e não tem intenção de fazer qualquer mudança, acrescentando que a Argentina é um “mercado estratégico” para a empresa.
Segundo informações do jornal argentino “Clarín”, a MWN fechou sua fábrica no país em setembro e não tem planos de transferi-la ao Brasil.
A Argentina é o principal sócio do Brasil no Mercosul e o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, sendo ainda o principal comprador de produtos industrializados brasileiros. Bolsonaro fez campanha pela reeleição do presidente Mauricio Macri, e desde a campanha tem atacado o agora presidente eleito Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. O brasileiro chegou a chamá-los de “bandidos de vermelho” e previu que argentinos fugiriam para o Brasil caso eles vencessem.
Depois da vitória de Fernández, em 27 de outibro, Bolsonaro demonstrou irritação pelo fato de o argentino ter defendido a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em retaliação, anunciou que não iria à posse dele, marcada para 10 de dezembro.
Os comentários do presidente e do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, sobre Fernández, foram alvos de críticas do próprio chanceler do governo Macri, Jorge Faurie, que os considerou “inapropriados” e mandou uma carta de protesto ao embaixador do Brasil em Buenos Aires.