O paraibano Cícero Valdiran conquistou a medalha de ouro na disputa de lançamento de dardo no Mundial da Paratletismo em Dubai, durante a madrugada desta quinta-feira (14), no horário de Brasília. Além de conquistar o lugar mais alto do pódio, Cícero bateu o recorde mundial do lançamento de dardo F57.
Cícero, natural da cidade de Igaracy, no Sertão do Estado, foi o 11º a lançar o dardo entre os 12 participantes – por este motivo, a prova teve a duração de duas horas e 33 minutos. Na segunda tentativa, ele atingiu 48,59m, apenas um centímetro do recorde mundial. O melhor lançamento foi no quinto da série de seis. Quando cravou o dardo no campo do Dubai Club for People Of Determination a 49,26m derrubou a performance do iraniano Amanolah Papi, contra quem competiu diretamente pelo topo do pódio nesta quinta-feira, e até então detentor do recorde mundial.
Papi lançou logo em seguida ao paraibano, no entanto o mais próximo que chegou foi 47,80m, que lhe rendeu a prata. O bronze foi para a Síria, com Mohamad Mohamad (46,01m).
“A prova foi tensa. A partir do momento que eu aqueci, já senti que dava para fazer uma boa marca. No quinto lançamento, veio o recorde, mas só fiquei tranquilo depois que o último atleta terminou porque ele era o recordista mundial. Trabalhei muito duro para estar aqui e ser campeão mundial é sensacional”, comentou Cicero.
Cícero tem má-formação congênita bilateral nos pés. Em 2011, um cadeirante o abordou na rua e o convidou para conhecer o paradesporto. O atleta iniciou na natação e migrou para o atletismo em 2013.
O penúltimo dia do Mundial de Atletismo em Dubai foi marcado por três medalhas no campo. Nesta quinta-feira, 14, a paulista Beth Gomes e o paraibano Cicero Valdiran faturaram um ouro cada no lançamento de disco da classe F52 e no dardo F57, respectivamente. O terceiro pódio veio da alagoana Marivana Nóbrega no arremesso de peso F35.
Com estes resultados, o Brasil alcança a façanha de conquistar medalha em todas as provas disputadas no campo nesta edição do Mundial. Foram seis ouros e cinco bronzes, o que corresponde a 43% dos pódios brasileiros em Dubai.
O Brasil isolou-se na segunda colocação do quadro de medalhas. O país soma 14 ouros, oito pratas e 14 bronzes, com o total de 36. A China segue soberana, com 23 ouros dos 52 pódios até agora neste Mundial. Ucrânia e Grã-Bretanha disputam prova a prova a terceira posição. Por enquanto, os cossacos levam a vantagem de um ouro em relação aos britânicos (10 x 9), mas ambos empatam nas demais láureas: seis pratas e seis bronzes.