João Pessoa realiza, neste sábado (31), o segundo Dia D de multivacinação e imunização contra a poliomielite. Serão disponibilizados mais de 100 postos de vacinação, incluindo as unidades de saúde da família (USF), policlínicas municipais e Centro Municipal de Imunizações (CMI), que funcionarão das 8h às 12h.
O objetivo da campanha, que teve início no último dia 3 de outubro, é atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes, além de reduzir o risco de reintrodução do poliovirus selvagem no país. Até o momento, foram aplicadas mais de 13 mil doses da vacina contra a poliomielite.
O público alvo, estabelecido pelo Ministério da Saúde, para a multivacinação são as crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade. Já a campanha contra a poliomielite é voltada para as crianças menores de cinco anos de idade, com estratégias diferenciadas para as crianças menores de um ano e para aquelas na faixa etária de um a quatro anos de idade.
“Estamos realizando um segundo Dia D para dar mais uma oportunidade aos pais e responsáveis que não conseguiram levar seus filhos durante a semana. É muito importante para a saúde das crianças e adolescentes estar com a vacinação atualizada”, explica o chefe de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernando Virgolino.
No primeiro Dia D de mobilização em João Pessoa, realizado em 17 de outubro, foram vacinadas 5,6 mil crianças e adolescentes. Desse total, 2,8 mil correspondem às crianças imunizadas apenas na campanha contra a poliomielite.
PARAÍBA NÃO BATE META
Na última terça-feira (27), o Portal Correio noticiou que a Paraíba estava longe de bater a meta de vacinação contra a poliomielite no ano de 2020. Na reta final da campanha, o estado havia vacinado 117,4 mil crianças, o que corresponde a 50% do público-alvo, que é de 234,2 mil crianças. No Brasil, cerca de 7 milhões de crianças ainda não tinham sido vacinadas contra a paralisia infantil. Até aquele momento, da população-alvo estimada de 11,2 milhões, somente 4 milhões (20,31%) haviam sido imunizadas contra a pólio.
Para ter o esquema vacinal completo é preciso que as crianças sejam imunizadas com quatro doses, administradas aos dois e quatro e seis meses de idade e mais dois reforços, aos 15 meses e aos quatro anos. Depois disso, a criança deve comparecer aos postos de saúde para tomar a dose de campanha anualmente, até completar cinco anos de idade.
A vacina é recomendada mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia. Para crianças com infecções agudas, com febre acima de 38ºC ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina, o Ministério da Saúde recomenda aos pais que consultem um médico para avaliar se a vacina deve ser aplicada. A vacina é extremamente segura e possui eficácia de imunização entre 90% e 95%.
POLIOMIELITE
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território.
Entretanto, ainda existem países endêmicos detectando casos da doença, Paquistão e Afeganistão, que registraram, em 2020 (até 20/10) um total de 132 casos de poliomielite. Por isso, a vacinação é fundamental para que casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.
O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o país 18 vacinas para crianças e adolescentes no Calendário Nacional de Vacinação, para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.
Com Portal Correio