Câmara Municipal de Campina Grande ´se debate´ novamente acerca de como realizar as suas sessões ordinárias em tempos de pandemia.
Apesar do abrandamento ocorrido nas atividades ´não essenciais´, por força de decretos recentes estadual e municipal, um ato da mesa diretora posterga as sessões remotas até – pelo menos – o final do mês em curso.
A mesa diretora invoca para o elastecimento da ausência dos edis em plenário um parecer da Vigilância Sanitária, que preceitua algumas medidas cautelares para o funcionamento do plenário.
Certamente, poucos espaços públicos – até mesmo na área da saúde – estão em consonância com as recomendações técnicas repassadas à ´Casa de Félix Araújo´.
“Sou inimigo número dessas sessões remotas”, protestou, em recente sessão, o líder governista, vereador Alexandre Pereira (PSD).
Na sua avaliação, a opção por sessões remotas por muito tempo, no ano passado, “ocasionou desgastes e prejuízos”, com reflexos eleitorais.
“Acho que não temos motivos para fazer sessão remota. Não estou jogando para torcida. Mas com convicção e com o sentimento que recolho das ruas”, reforçou Alexandre, acrescentando que “a Câmara fechada até o próximo dia 30 não existe justificativa plausível”.
“É um tapa na cara da população campinense; do trabalhador que precisa pegar ônibus.
Ganhamos e ganhamos bem (para ser vereador)”, bradou o líder governista.
É sensato que sejam tomadas providências para garantir a integridade de vereadores e de assessores com relação à Covid-19.
Mas existem procedimentos que reduzem substancialmente esses riscos, a começar pela efetiva redução da quantidade de assessores nas dependências da Câmara, e até mesmo a utilização de uma área livre para a realização das sessões.
Habita no inconsciente de muitos parlamentares o que fizeram ´no verão passado´.
Na recente campanha eleitoral, a corrida desenfreada pelo voto prescindiu, em muitos casos e em muitos dias, dos mais elementares cuidados com a própria saúde e com a saúde dos potenciais eleitores que buscavam, nos três turnos, pela cidade afora.
O fato é que, no futuro, certamente serão descobertas condutas administrativas danosas ao interesse público, sorrateiramente implementadas diante do funcionamento remoto das casas legislativas.
E isso vale para o país inteiro.
Nas redes sociais, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) tem feito menções à intenção de desativar, a partir de 2023, a Granja Santana, residência oficial do governador da Paraíba.
Ou seja, de forma subliminar, sinalizou uma pré-candidatura a governador.
*Com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.