O assassinato do professor Gilson Cruz Nunes, de 63 anos, ganha contornos ainda mais cruéis com a revelação do boletim de ocorrência registrado por Tércio Alves da Silva, de 29 anos, seu ex-companheiro e confesso autor do crime. Três dias após matar o professor com um golpe de faca e enterrar o corpo em Massaranduba, Tércio foi até a Central de Polícia de Campina Grande para registrar pessoalmente o suposto desaparecimento da vítima, com uma narrativa detalhada, falsa e construída para enganar familiares, autoridades e a opinião pública.
No documento, obtido com exclusividade pelo Blog do Márcio Rangel, o acusado relata que convivia com Gilson há oito anos, em uma união estável, e tenta justificar o desaparecimento mencionando que o professor sofria de depressão há cerca de cinco anos. Tércio alegou que os dois haviam ido juntos à Praia da Penha, em João Pessoa, e que Gilson teria entrado no mar sozinho e desaparecido. Ele ainda afirmou que a vítima não sabia nadar e que teria sido vista caminhando em direção à Praia do Seixas antes de sumir.
Mais do que inventar um desaparecimento, o acusado manipulou informações íntimas do histórico de saúde da vítima para reforçar a ideia de um possível suicídio ou sumiço espontâneo — um gesto que revela frieza extrema e tentativa calculada de afastar qualquer suspeita sobre si.
A farsa levou à mobilização de equipes do Corpo de Bombeiros e do Grupamento Tático Aéreo, que passaram dias realizando buscas no mar. Tudo isso enquanto o corpo do professor já estava enterrado e concretado em uma propriedade na zona rural de Massaranduba, próxima ao Parque de Vaquejada Maria da Luz.
A mentira começou a desmoronar após a ausência de pistas nas buscas e o trabalho conjunto das delegacias de homicídios de Campina Grande e João Pessoa, com apoio da inteligência da Polícia Civil. Pressionado pelas investigações, Tércio confessou o crime neste sábado (10) e indicou onde escondeu o corpo.
Agora, ele responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
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