O governo federal decidiu suspender a tabela com o preço mínimo para os fretes publicada na semana passada. A resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com as regras para o cálculo do piso do frete rodoviário irritou caminhoneiros, já que a maior parte dos valores ficou mais baixa que a versão anterior. No fim de semana, já circulava a informação de que o governo pretendia cancelar a nova tabela de frete, que entrou em vigor no sábado.
Os motoristas voltaram a pressionar o governo para que a tabela fosse suspensa e marcaram reuniões em Brasília para esta semana. A tabela do frete foi criada no ano passado pelo governo do ex-presidente Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros, que bloqueou estradas e gerou uma crise de abastecimento no Brasil por mais de uma semana. A criação era uma das reivindicações da categoria.
A resolução foi publicada pela ANTT na última quinta-feira, após passar por consulta pública. A nova tabela entrou em vigor no sábado e foi feita a partir de um estudo da área de logística da Escola de Agronomia da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo foi adequar os preços aos diferentes tipos de carga, rotas e veículos.
A nova resolução prevê que 11 categorias de cargas serão usadas no cálculo do frete mínimo e amplia os itens considerados no cálculo. Além da distância percorrida, o cálculo do frete mínimo também considera o tempo de carga e descarga do caminhão, custo com depreciação do veículo, remuneração do caminhoneiro, impostos, entre outros.
Quando divulgou a nova tabela, a ANTT informou que a consulta pública sobre as novas regras recebeu 500 contribuições.
O Ministério da Infraestrutura, principal ponte do Executivo com os caminhoneiros, pediu à ANTT a suspensão cautelar da tabela em vigor. O órgão fará uma reunião extraordinária , nesta segunda-feira, para atender ao pedido governo e suspender a tabela.
Na sexta-feira, diante da possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros, Tarcísio de Freitas informou que vai receber nesta semana, em Brasília, lideranças da classe dos caminhoneiros. O objetivo é discutir, entre outros pontos, a nova tabela de preços mínimos do frete rodoviário, que causou insatisfação entre os motoristas.
O Globo