A famosa frase do ex-jogador Edmundo na partida entre o Vasco e o América-RN, válida pelo Campeonato Brasileiro de 1997, no Estádio Machadão, em Natal-RN, foi bastante relembrada pelos paraibanos, nesta sexta-feira (19), após o presidente Jair Bolsonaro se referir aos governadores do Nordeste como “governadores de paraíba’.
Na época, o ex-jogador Edmundo ao ser expulso da partida, usou expressões consideradas preconceituosas contra os paraibanos e nordestinos. “A gente vem jogar na Paraíba, e colocam um paraíba para apitar, só podia nos prejudicar”, disse o então camisa 10 vascaíno.
Edmundo se referia ao juiz da partida, Dacildo Mourão, que é cearense. Ao tentar explicar a atitude preconceituosa, o jogador disse: “É que no Rio temos o costume de chamar os nordestinos de ‘paraíba’, só isso. Mas acho mesmo uma brincadeira escalar um árbitro nordestino em um jogo do Vasco no Nordeste”.
Na época, o Governo da Paraíba chegou a anunciar que iria processar o atacante Edmundo, do Vasco, por racismo, preconceito e perdas e danos, exigindo indenização em torno R$ 2 milhões. A quantia equivale ao que foi gasto com propaganda, entre 1995 e 1997, pela Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) para divulgar a imagem do Estado nacionalmente.
Existia ainda outra ação contra Edmundo foi promovida pelo jornalista Sebastião Barbosa de Souza, que afirma que o atleta se referiu de forma “racista e pejorativa indistintamente a todas as pessoas naturais do Estado da Paraíba”.
PRECONCEITO
Tanto a declaração de Jair Bolsonaro, como a de Edmundo evidenciaram bem a generalização e o preconceito ainda existentes no país, especialmente no sul/sudeste e contra nordestinos.
Políticos recentemente já atribuíram o aumento da violência em São Paulo à migração desenfreada, enquanto os “paraíbas” e “baianos” (como são chamados os nordestinos em geral no Rio de Janeiro e em São Paulo) continuam a ser vistos e tratados com discriminação, seja ela explícita ou não, de modo que uma declarações como estas duas podem externar preconceitos que muitas vezes são considerados naturais por quem os profere.
Com informações do WSCOM