Um professor goiano foi preso na cidade de Piracanjuba, onde reside, por suspeitas de abusar de crianças e adolescentes em Pernambuco. Brunno Rafael dos Santos Mota, 40 anos, também descumpriu uma medida cautelar que o proibia de deixar o estado de Goiás, onde ele responde por crimes semelhantes. Contrariando a ordem judicial, ele veio a Pernambuco no final do mês de julho para passar um tempo na casa de amigos. A prisão ocorreu no dia 12 de agosto.
Quando estava em Olinda, onde se hospedou, ele se infiltrou em vários grupos de Whatsapp e fez contato via redes sociais com centenas de adolescentes. Alguns dos alvos desconfiaram da abordagem do suspeito e relataram o que acontecia aos pais, que procuraram o Conselho Tutelar após descobrirem os crimes cometidos pelo professor por meio de buscas pelo nome dele na internet. As cinco vítimas registradas em Pernambuco são meninos entre 12 e 17 anos.
“Uma das crianças, que acredito ter onze anos, contou ao pai de um episódio no qual foi forçado a ingerir bebida alcoólica após perder em uma partida de dominó” relatou o responsável por uma das vítimas. “As conversas nos grupos eram normais. As privadas, após a escolha das vítimas, é que mostravam a tentativa de aliciamento. Há também oferta de drogas por parte dele, que riu da situação de um menino que esteve drogado”.
Dinheiro, presentes e idas ao cinema eram oferecidos pelo professor para atrair vítimas
De acordo com a conselheira tutelar Cláudia Roberta, procurada pelos pais das vítimas, Bruno oferecia presentes, dinheiro, viagens e programações de entretenimento para se aproximar dos alvos, como idas ao cinema. “Ele pagava tudo para os meninos. Chegou até a alugar um campo de futebol society durante um dia inteiro para passar mais tempo com eles, além de oferecer bebida alcoólica”, relata ela.
Imagens do circuito de segurança de um dos locais para onde os adolescentes foram levados mostram Brunno abrindo a carteira e oferecendo dinheiro a uma de suas vítimas. Em outro vídeo, captado em um elevador, ele aparece tentando beijar um menino.
Contactada pelas autoridades pernambucanas, a Polícia Civil de Goiás (PCG) foi avisada dos novos crimes praticados pelo professor e conseguiu e prendê-lo no retorno ao estado. Na primeira vez em que foi preso, em 2014, Brunno foi acusado de obrigar alunos da rede municipal a lhe fazerem favores sexuais em troca de aprovação na disciplina ministrada por ele. De acordo com depoimentos das vítimas, os estudantes que não cediam às chantagens do professor eram punidos com notas baixas ou até reprovados.
Por conta das denúncias, Brunno, que era servidor municipal de Piracanjuba, foi exonerado. Desde então, ele oferecia aulas particulares de reforço pela internet. Em Goiás, responde pelos crimes de estupro de vulnerável, exploração para estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição de menores e fornecimento de bebidas alcoólicas a menores. Por conta dos novos indícios de crime, ele também vai ser investigado pela Polícia Civil de Pernambuco.
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